Bignoniaceae

Jacaranda subalpina Morawetz

Como citar:

Eduardo Amorim; Lucas Arguello Aragão. 2021. Jacaranda subalpina (Bignoniaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

2.514,895 Km2

AOO:

28,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Farias-Singer, 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — no município Resende —, e no estado de São Paulo — nos municípios Campos do Jordão e São José do Barreiro.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Lucas Arguello Aragão
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Jacaranda subalpina é uma árvore endêmica da Mata Atlântica. De acordo com Gentry (1992) a espécie ocorre nas Florestas Ombrófilas Montanas e Altomontanas. Apresenta EOO= 2199km², AOO= 28km² e seis situações de ameaças. Considera-se os registros sob Unidades de Conservação como situações de ameaças distintas e, as ocorrência nos municípios de Resende e Campos de Jordão como outras situações distintas. A crescente expansão urbana desordenada em Campos do Jordão, agravou ainda mais a situação de risco de deslizamentos através de seus diversos aspectos, tais como desmatamento e supressão vegetal e movimentação de solo (Rosa-Filho e Cortez, 2010). Os incêndios no Parque Estadual Campos do Jordão atingem campos de altitude e parte da floresta de araucária (Fundação Florestal, 2018). Cerca de 12% (2,39km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019. Somado à isso, os municípios de ocorrência da espécie, possuem cerca de 9 à 36% de seus territórios convertidos em áreas de pastagens. Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuárias é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Diante às ameaças vigentes, infere-se declínio contínuo de qualidade de habitat. Assim J. subalpina foi considerada como Vulnerável (VU) à extinção, considerando o número de situações de ameaças, os valores de extensão de ocorrência e área de ocupação. Recomendam-se a condução de pesquisa (buscas direcionadas em fragmentos florestais remanescentes no estado de Pernambuco e em área protegidas para levantar dados sobre a distribuição e abundância deste táxon) e ações de conservação (Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e conservação ex situ) urgentes a fim de se verificar sua existência e assim garantir sua manutenção na natureza.

Possivelmente extinta? Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 LC

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Pl. Syst. Evol. 132: 336, 1979. É afim de Jacaranda puberula, mas difere por ocorrer em altitudes mais altas do que J. puberula e tem uma corola muito mais densamente pubescente, e cálice coriáceo mais largo do que qualquer material de J. puberula. O fruto da J. subalpina é menor, seus folíolos também são mais elípticos a oblongos e são pulveruloso ao longo dos nervos, não apenas nas axilas (Gentry, 1992).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo Rupestre
Habitats: 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland
Detalhes: Árvore com até 12 m de altura (Gentry, 1992). Ocorre na Mata Atlântica, em Florestas Ombrófilas Montanas e Altomontanas.
Referências:
  1. Farias-Singer, R., 2020. Jacaranda. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB114190 (acesso em 08 de setembro de 2021)
  2. Gentry, A.H., 1992. Bignoniaceae - Part II (Tribe Tecomeae). Flora Neotrop. 25, 1–370.

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national high
De acordo com o Atlas das Pastagens Brasileiras, os municípios Campos do Jordão (SP), Resende (RJ) e São José do Barreiro (SP) possuem, respectivamente, 9,51% (2762ha), 36,91% (40576ha) e 22,79% (13005ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2019 (Lapig, 2021). De acordo com o MapBiomas, os municípios Campos do Jordão (SP), Resende (RJ) e São José do Barreiro (SP) possuem, respectivamente, 7,9% (2292ha), 35,32% (38828ha) e 21,18% (12087ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagens, segundo dados de 2019 (MapBiomas, 2021).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2021. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2019. Municípios: Campos do Jordão (SP), Resende (RJ) e São José do Barreiro (SP). URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 13 de setembro de 2021).
  2. MapBiomas, 2021. Projeto MapBiomas - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. Municípios: Campos do Jordão (SP), Resende (RJ) e São José do Barreiro (SP). URL https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/EstatADsticas/Dados_Cobertura_MapBiomas_5.0_UF-MUN_SITE_v2.xlsx (acesso em 13 de setembro de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.3 Trend Unknown/Unrecorded habitat,occupancy,occurrence past,present,future national medium
Um total de 11,93% (2,39km²) da AOO útil da espécie queimaram em 2019 [Formação Florestal (8,65%), Mosaico Agricultura e Pastagem (2,68%), Pastagem (0,52%), Formação Natural não Florestal (0,06%), Agricultura (0,02%)]. Um total de 17,79% (399,28km²) da EOO útil da espécie queimaram em 2019 [Agricultura (6,07%), Pastagem (6,07%), Formação Florestal (2,76%), Mosaico Agricultura e Pastagem (1,86%), Formação Natural não Florestal (1,03%)] (MapBiomas-Fogo, 2021).
Referências:
  1. MapBiomas-Fogo, 2021. Projeto MapBiomas Fogo - Coleção 5 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, dados de 2019. URL https://https://mapbiomas.org (acesso em 13 de setembro de 2021).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas habitat present local high
A ocupação desordenada em Campos do Jordão agravou ainda mais a situação de risco de deslizamentos através de seus diversos aspectos, tais como desmatamento e supressão vegetal, ausência de sistemas de saneamento, drenagem deficitária e movimentação de solo (Rosa-Filho e Cortez, 2010).
Referências:
  1. Rosa Filho, A., Cortez, A.T.C., 2010. A Problemática Socioambiental Da Ocupação Urbana Em Áreas De Risco De Deslizamento Da “Suíça Brasileira.” Rev. Bras. Geogr. Física 3, 33. URL https://doi.org/10.26848/rbgf.v3i1.232610

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Campos do Jordão, Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira, Parque Estadual de Campos do Jordão, Parque Nacional de Itatiaia e Parque Nacional da Serra da Bocaina.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.